O compositor Alfredo Keil, indignado, sentou-se ao piano e compôs uma música marcial de conteúdo vibrante. Depois foi ter com o poeta Henrique Lopes de Mendonça para que escrevesse a letra com o sentido da revolta que grassava nas ruas. Após alguns dias, estavam escritas as três estrofes da composição musical. No entanto, ao longo dos tempos, tem sido alterada a ordem da segunda e da terceira estrofe, que acabou por se normalizar. Mais tarde, por diversas razões, houve quem contestasse a letra, mas como, em princípio, só se cantava a primeira estrofe, a riqueza da melodia serve de compensação. O seu título, “ A Portuguesa “, é que ninguém contestou.
Ainda em 1890, Alfredo Keil instrumentou a música para ser tocada por banda. Foi assim que quando surgiu a primeira tentativa da revolução republicana, em 31 de Janeiro de 1891, uma banda tocava sem cessar “ A Portuguesa “, só parando após o malogro da revolução. Depois foi proibida a execução do “pretenso hino”.
Após a implantação da República, em 5 de Outubro de 1910, o governo provisório fê-lo adoptar como Hino Nacional e conferiu-lhe todas as honras militares e civis. Nos primeiros tempos do novo regime “ A Portuguesa “ era tocada pelas bandas militares e civis no final dos seus concertos em praças públicas.
b. Autor da Música
Alfredo Keil nasceu em Lisboa, em 3 de Julho de 1850, e faleceu em Hamburgo, em 4 de Outubro de 1907, após melindrosa operação cirúrgica a que não resistiu.
Foi pintor, poeta, arqueólogo e coleccionador de arte Seu pai era oriundo de uma família do ducado de Nassau, que em 1838 se veio estabelecer em Lisboa; sua mãe era descendente de uma família alsaciana. Alfredo estudou no Colégio Britânico e desde pequeno mostrou inclinação para o desenho e para a música. Quando terminou o liceu foi estudar artes para Nuremberga, na Alemanha. Recebeu muitos prémios nacionais e estrangeiros. As suas músicas, essencialmente as óperas, foram apresentadas nos mais importantes teatros de Portugal, do Brasil e de Itália.
c. Autor da Letra
Henrique Lopes de Mendonça nasceu em Lisboa em 12 de Fevereiro de 1856 e faleceu em 24 de Agosto de 1931.
Foi escritor, manifestando, desde jovem, grande tendência para a Literatura. Seguindo carreira na Marinha, foi promovido a Aspirante em 1871, viajando depois pelos portos da Europa e de África. Iniciou a sua carreira dramática com a comédia em 1 acto A Noiva, representada no Teatro D. Maria II em 1884. Era sócio da Academia das Ciências e do Instituto de Coimbra. Foi professor de História na Escola de Belas-Artes de Lisboa. Escreveu poesia, história e romance. Passou à situação de reforma, em Maio de 1912, no posto de capitão de mar e guerra. Era condecorado com a comenda da Ordem de Avis.
d. A Letra do Hino
Heróis do mar, nobre povo,
Nação valente, imortal,
Levantai hoje de novo
O esplendor de Portugal!
Entre as brumas da memória,
Ó Pátria, sente-se a voz
Dos teus egrégios avós,
Que há-de guiar-te à vitória!
Coro
Às armas, às armas,
Sobre a terra, sobre o mar,
Às armas, às armas,
Pela Pátria lutar
Contra os canhões marchar, marchar!
Texto na integra de:http://jasg08.bloguepessoal.com/38817/HINO-NACIONAL-A-PORTUGUESA/
1 comentário:
É engraçado que ao ler este texto dei por mim a pensar que o Hino Nacional para nós é como se sempre tivesse existido!!!
E quando nos apercebemos estamos a falar de um Hino históricamente recente, porque na verdade tem pouco mais de 100 anos...
Bjs.
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